O Corinthians voltou a decepcionar. Na Neo Química Arena, diante da própria torcida, perdeu por 2 a 1 para o Bragantino em mais um capítulo frustrante desta campanha irregular no Brasileirão. Mais do que o placar, o que salta aos olhos é a reincidência de um velho problema: o elenco do Corinthians é curto, desequilibrado e incapaz de sustentar uma maratona de alto nível no campeonato. O que se viu neste domingo foi o retrato de um time que até tem um “onze titular” competitivo, mas que se desmonta com qualquer substituição.
Mesmo com boa parte da força máxima à disposição — nomes como Hugo Souza, José Martínez, Carrillo, Garro e Memphis estavam em campo —, o Timão teve um primeiro tempo apagado. Houve, sim, uma melhora na segunda etapa, mas ela durou pouco. Assim que Dorival Júnior foi forçado a mexer, a queda de desempenho foi visível e custou caro. O banco não responde, os garotos da base ainda estão verdes, com pouco minutagem em campo, e as alternativas experientes são insuficientes ou pouco confiáveis.
É preciso ser direto: o Corinthians só tem um time, não tem elenco. E isso é fatal em um campeonato de pontos corridos. Quando se precisa manter intensidade, rodar peças, virar jogos com substituições — não dá para depender de apostas, promessas ou improvisações. A derrota para o Bragantino escancara que o Timão, com o grupo atual, vai penar para alcançar qualquer ambição real em 2025.
O cenário é ainda mais preocupante quando se olha para fora das quatro linhas. A diretoria vive um caos político-administrativo, o clube está mergulhado em dívidas, e a capacidade de investir é praticamente nula. As promessas de planejamento estratégico viraram fumaça. Fabinho Soldado e o departamento de futebol parecem paralisados diante do óbvio: ou o Corinthians se reforça agora, ou vai lutar contra a parte de baixo da tabela — mais uma vez.
Não se trata de falta de aviso. O alerta vem sendo dado desde o fim do Paulistão. Mesmo com o título estadual, era claro que o elenco precisava de acréscimos pontuais e de qualidade. Mas o tempo passou, a janela está aberta, e até aqui… nada. A impressão é de que o clube vive de improvisos, torcendo para que nomes como Romero ou Garro resolvam sozinhos o que é, na verdade, uma crise estrutural.
O torcedor já entendeu o problema. A dúvida é se quem manda no Parque São Jorge também entendeu — e, mais importante, se pretende fazer algo a respeito. Porque do jeito que está, o Corinthians não tem fôlego, não tem peças e, sobretudo, não tem rumo. E o Brasileirão, este ano, não vai perdoar amadorismo.